Cadê as estradas?
Ao longo da última década a frota de veículos paulistana mais do que triplicou. Em um determinado momento, se lacravam mais de 1200 carros por dia, o que, evidentemente, tem mais de um lado e pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista. Mas agora isso tanto faz.
O tema são os congestionamentos nas estradas que saem da Capital nas férias e feriados mais compridos, para não falar em prosaicos finais de semana comuns com a promessa de tempo bom.
Quem pega estrada sabe o que são os congestionamentos que fazem viagens de menos de 100 quilômetros demorarem mais de 6 horas, isso quando não demoram mais. Ninguém, exceto um faquir, vê e menor graça em ficar parado dentro de um carro ou se arrastando em passo de cágado, por horas e horas, à mercê de vendedores ambulantes, limpadores de vidros e assaltantes.
Os congestionamentos criaram novas oportunidades profissionais. Ao longo deles há um amplo espaço para a venda de todos os tipos de produtos, de água mineral a coisas mais pesadas. Mas o grande beneficiado foi o ladrão. Principalmente o que participa de arrastões.
Estes profissionais devem acender dezenas de velas todas as manhãs para agradecer pelos congestionamentos e a facilidade que é trabalhar dentro deles.
Quem nunca parou pra pensar no assunto, a razão dos congestionamentos é muito parecida com a da falta de água e energia elétrica: falta de investimentos no setor.
Se ao longo dos últimos 10 anos a frota se multiplicou várias vezes, nesse tempo praticamente não se construiu um único quilometro de estrada nova. Quer dizer, falta estrada para todos os lados e tem mais carro do que pista. Aí não anda, nem vai melhorar.
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