Bruch e Puccini na Madeleine
Existem igrejas e igrejas e elas variam de acordo com o gosto do freguês. Por isso não é possível afirmar que essa ou aquela é a mais bonita, a mais santa, o melhor lugar para se conversar com Deus.
Não há como negar, as grandes catedrais da Europa são deslumbrantes, mas afirmar que Notre Dame é mais bonita do que Colônia, Santa Maria dei Fiori ou o Duomo de Milão é falta de humildade ou senso de ridículo. Todas são maravilhosas. Cada um de nós tem a sua preferida, que não precisa ser necessariamente a do outro, ou ao menos uma catedral.
E os templos que não são igrejas cristãs? Quem vai dizer que o Partenon não é deslumbrante, que os templos japoneses não são maravilhosos, ou que o legado da Índia não está entre o que existe de mais belo feito pelo ser humano?
Como ranquear os Jerônimos, Alcobaça, Batalha? Onde colocar São Tiago de Compostela ou a Sagrada Família? O que fazer com Westminster e as catedrais britânicas?
E os templos egípcios, as pirâmides maias, as construções dos incas?
Cada um sabe de si. Tem quem vai dizer que bonita é a igreja da cidadezinha onde nasceu e até hoje reza todas as semanas.
Entre as igrejas de Paris, tantas e tão deslumbrantes que Santo Eustáquio não entra na lista das mais conhecidas, eu tenho um carinho especial pela igreja da Madeleine.
Foi nela que assisti um concerto maravilhoso, onde foram tocados o Concerto número 1 para Violino de Max Bruch e uma missa de Puccini.
Saí da igreja leve, em paz comigo e com o mundo, vendo a cidade grandiosa, mas me lembrando de um fim de semana muitos anos atrás, quando meu primo João Lara levou o coral que ele regia para cantar músicas de natal nas ruas de Itu.
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