Até aonde é verdade?
No aniversário de um ano de redução de velocidade nas marginais, a prefeitura que não gosta da cidade e a CET estão apresentando números curiosos, dos quais, a princípio, só uma parte deve ser considerada boa.
Ninguém tem dúvidas sobre o aumento brutal do número de radares instalados na cidade e do número mais apavorante ainda do aumento de arrecadação em função das multas.
Os outros números precisam ser vistos com cuidado e parcimônia, sem entusiasmo, de forma objetiva. Não seria a primeira vez que a CET apresenta números que não batem com a realidade.
Quem pegou a gloriosa companhia com a boca na botija foi a USP. De acordo com a CET, há alguns anos, o número de mortes em acidentes com motocicletas era muito baixo. A USP achou o número estranho e resolveu fazer um levantamento sério. A conclusão da Universidade foi fantástica: a CET contabilizava como mortes no trânsito apenas os motociclistas que morriam no local. Os que eram removidos para os hospitais e faleciam depois não eram considerados nas estatísticas da Prefeitura.
Pois é, como o motociclista não morria no asfalto, ele morria por outras causas, mesmo sendo os mesmos ferimentos. Mas tem mais: os números referentes aos congestionamentos também não são verdadeiros. De novo, a razão é simples: a CET não monitora o que acontece na maioria das vias da cidade, por isso o seu número é muito inferior à realidade.
Diante do óbvio, por que seria o caso de se aceitar como bons os números que apontam a queda das mortes no trânsito em função da redução da velocidade? Mas, ainda que aceitando que a redução da velocidade é importante, por que três ou quatro velocidades diferentes numa única rua com trânsito igual em todo seu percurso? É para reduzir os acidentes ou para aumentar as multas?
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