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Crônicas & Artigos

em 06/09/18

Árvore boba do brejo

São Paulo está coberta de flores. São ipês, azaleias e várias outras plantas esbanjando flores, uma mais bonita do que a outra e fazendo a alegria dos nossos olhos.

Confesso que eu não sei o nome de toda as plantas floridas da cidade de São Paulo. Ao contrário, várias delas são lindas, estão aí, mas eu não tenho ideia de como se chamam.

Quando eu era menino, na fazenda de Louveira, era comum andar a cavalo ou ir caçar com o Zé Santinho. O Zé era um homem impressionante, de absoluta confiança da família, pai das meninas que trabalhavam na sede, filho de um antigo colono, irmão da Olímpia, uma das melhores cozinheiras que eu conheci. Ele nasceu e morreu em terras da fazenda.

Como acontece com todo mundo, é comum se andar pelos pastos, campos ou cafezais ouvindo o pio ou o canto das mais variadas espécies de aves, desde pequenos tizius até grandes seriemas.

Algumas aves têm o pio facilmente reconhecível, outras é mais difícil saber quem é a dona do canto que nos acompanha ao longo do caminho.

Sabiás, nhambus, pombos, juritis, arapongas são fáceis de serem identificadas, mas existe um número enorme de pássaros que nós não sabemos o nome ou a espécie.

O Zé Santinho conhecia muito mais aves do que eu ou meus primos, mas também estava longe de conhecer todas. Quando uma ave que ele não conhecia cantava perto e nós perguntávamos que ave era aquela, invariavelmente ele respondia que era um passarinho bobo do brejo.

Na toada do Zé Santinho, como eu não conheço todas as plantas floridas da cidade, as que eu não conheço são plantas bobas da cidade. É nelas que os passarinhos bobos do brejo fazem seus ninhos ou pousam para cantar.

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