A Superlua
Quem olhou o céu nas noites da semana passada teve o privilégio de ver a superlua. Uma lua cheia mais brilhante, mais bela e mais romântica do que as luas cheias que enfeitam o céu todos os meses.
Ciclo de 28 dias após ciclo de 28 dias, desde que o homem anda sobre a terra a lua cheia tem o dom de fascinar, de regular as religiões, de cobrar os pecados e recompensar os milagres.
Cada lua cheia é única em sua plenitude que toma conta do céu e apaga as estrelas mais próximas como se o céu fosse dela e as estrelas estarem ali, uma afronta imperdoável.
Que importa se de verdade as estrelas são muito maiores do que ela? Que importa se os astrônomos a consideram um astro morto?
Morto? Como pode estar morto quem muda a cara do céu e regula o fluxo das águas e do sangue, semana depois de semana?
Como pode estar morta quem abre estradas no mar e une o sonho ao infinito no beijo que transforma a noite, no começo da noite?
Morto? Morta? A lua não morre e, enquanto o céu for dela, o ser humano terá motivo para acreditar que amanhã pode ser melhor do que hoje, que tudo pode acabar dando certo. Que o bem, no final, vencerá.
A lua cheia é a dona da noite. Cada quatro semanas ela se apossa do céu, muda sua cor, o faz mais azul e mais transparente porque é assim que ela gosta de aparecer, competindo com o sol, enganando a torcida que o brilho é dela.
Lua que comanda os ciclos mágicos das mulheres e das marés. Dona da vida, no ciclo da vida que segue seu ritmo e faz mais bela a esperança do amanhã.
Superlua da semana passada, obrigado pelo seu brilho. Obrigado, por, vendo você no fundo do peito, eu sentir vivo meu amor por ela.
Voltar à listagem