A solução são as onças e os jacarés
Depois do amplo apoio recebido pela minha ideia de soltar algumas onças na Cidade Universitária, para darem conta do número crescente de capivaras que pastam pelo local, gostaria de apresentar um projeto radical, que, se for aprovado, terá impacto altamente saudável na vida brasileira.
Ninguém discute, as capivaras transmitem doenças sérias, que podem matar o ser humano. Mas também ninguém discute que os políticos em geral, notadamente os que ocupam as instalações do Congresso Nacional, são muito mais daninhos do que as capivaras e capazes de causar prejuízos incalculáveis para o bolso do cidadão.
Não é preciso muito mais do que ler os jornais para não se ter qualquer dúvida a respeito. Quantas vezes por ano alguém lê que um ser humano morreu por causa de doença transmitida por capivara? Não é que as capivaras não transmitam a febre maculosa e que a febre maculosa não mate gente pelo interior do Brasilzão. As duas coisas são verdadeiras. Mas não há epidemia de febre maculosa comparável aos desatinos cometidos diariamente por centenas de políticos, que não ficam envergonhados ao darem entrevistas tão patéticas quanto a defesa do prazo de oito meses antes das eleições como limite para prender político ladrão.
A questão é matemática. Se uma onça, em seis meses, dá conta de um bando com bastante capivaras, quantas onças o Brasil precisa para dar conta de mais ou menos seiscentos deputados e senadores?
Gostaria, até por justiça, de sugerir o uso simultâneo das duas espécies mais parrudas. As onças pintadas e as onças pardas.
Nas mesas diretoras, como deferência, soltar-se-iam onças pretas, ficando as pintadas comuns e as suçuaranas encarregadas dos plenários. Quatro pretas e oito de cada uma das outras devem dar conta do recado em pouco tempo. Na falta delas, ou se não der, pode-se usar jacarés.
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