A quase perfeição
A prefeitura que não gosta da cidade, e por isso dá toda a força para a CET atrapalhar sua vida, atingiu a quase perfeição. Isso mesmo, a quase perfeição. A perfeição não existe, mas a possibilidade de se aproximar dela é real. Por isso, falar que ela foi atingida, além de arrogante, não espelha a verdade, já que entre a quase perfeição e a perfeição, em algum ponto futuro, existe todo um universo que pode ser constantemente aperfeiçoado.
É o caso da prefeitura que não gosta da cidade. Não há dia que ela não suba um degrau na enorme capacidade de causar transtornos, danos e prejuízos de todas as ordens para todos os que moram em São Paulo, seja rico, seja pobre, e agora até para os moradores de rua.
O caso mereceria ser estudado por alguma grande universidade do mundo, desenvolvido e incluído como “case” numa das centenas de universidades de vigésima quinta categoria que infestam o planeta e assumem posições dogmáticas, em nome da verdade ideológica, invariavelmente negada pela ciência.
Depois de incentivar os frequentadores da Cracolândia a se espalharem por toda a cidade, a mesma Prefeitura que os incentivou determinou que a Guarda Municipal, exatamente em alguns dos dias mais frios das últimas décadas, desse um rapa, apreendendo os colchões e papelões com que os moradores de rua se protegem das intempéries.
Isso mesmo, a Prefeitura mandou a Guarda Civil Municipal apreender os colchões dos moradores de rua, justamente nos dias em que, em alguns pontos da cidade, a temperatura caiu para abaixo de zero. É um absurdo, mas foi feito. Como pegou mal, a quase perfeição veio no argumento, na pérola oficial: “é a melhor forma de impedir que os moradores de rua retornem aos pontos em que estavam”. Como se não fosse a Prefeitura quem, nos últimos anos, os incentivou a fazer isso.
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