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Crônicas & Artigos

em 13/01/14

A primeira de poucas certezas

por Antonio Penteado Mendonça

2014 começa com pelo menos uma certeza. É muito, embora pareça pouco. Num país onde a ordem da bandalheira, quando pequena, ultrapassa os 500 milhões de reais, uma única certeza parece muito pouco.

Mas volto a insistir: não é. Certeza não se encontra nos escaninhos dos ministérios, nem nas verbas desviadas, nem nas meias e cuecas onde as verbas desviadas são transportadas.

Certeza requer estudo, estatística, comprovação fática, fotografia, carimbo e firma reconhecida em cartório, inclusive a de quem reconhece as outras firmas no cartório.

Descomplicando: antes de acontecer, a florada dos flamboyants é uma expectativa. Depois que as flores vermelhas cobrem as folhas verdes passa a ser uma certeza. As flores confirmam a expectativa, consolidam a realidade, dão sentido à vida.

Por isso, começar o ano com uma certeza é muito. Ainda que a certeza não seja a promessa da felicidade para milhões de pessoas que ao longo do ano serão afetadas por ela.

Qual a certeza? A CET ainda vai piorar muito.

Clara, insofismável, indiscutível, comprovada diuturnamente nas ruas e nas estatísticas, “a CET ainda vai piorar muito” não aceita contra-argumentos. Não há contra-argumentos. A verdade plasma a tragédia.

Apesar de ser motivo de orgulho para o paulistano, a CET piorar não vai melhorar nossas vidas.

Pelo contrário, a perspectiva é dramática, escura como o céu anunciando tempestade. Bárbara e brutal como os índios guaicurus galopando em seus cavalos, perseguindo, matando e escravizando os apavorados guaranis. Que o padre Anchieta tenha piedade de nós.

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