A estupidez das guerras – 2
Não há guerra bonita. Não há guerra limpa. Não há muito heroísmo. Há a correria para fugir das bombas, se esconder dos tiros, não morrer e, se possível, ser ferido de leve e cair fora do inferno.
As guerras que sacudiram o mundo acabaram trazendo benefícios importantes para a humanidade. Mas se alguém perguntar aos que participaram delas se valeu a pena, 9 em cada 10 dirão que não.
Guerra é a estupidez levada ao último grau. O duro é que há horas em que não tem jeito, o jeito é tocar em frente, aceitar a guerra e tentar sair do enrosco da melhor forma possível.
Uma guerra, todo mundo sabe como começa, mas como acaba é outra história. O que acontece entre o começo e o fim é apavorante. Deixa sequelas maiores ou menores, atinge a coletividade, machuca os soldados, marca indelevelmente os civis atingidos por ela.
Pra quem acha que o Brasil não é um bom lugar para se buscar os exemplos, que tal saber que no final da Guerra do Paraguai a maioria dos homens adultos do país de Solano Lopez estavam mortos?
E tem também exemplo interno. Que o digam os milhares de mortos nas mais diversas partes do país, durante o governo Floriano Peixoto. Que o digam as vítimas de um alucinado mental chamado Moreira César, tido como herói nacional durante alguns anos.
Que o digam os moradores de Canudos, onde o famigerado Moreira César perdeu a vida, morto pelos jagunços de Antonio Conselheiro.
Que o digam os milhares de moradores do arraial visto como um perigo pela república recém-proclamada, parte composta por mulheres e velhos, degolada atrás do rancho do acampamento governista.
Não há guerra bonita fora dos filmes e dos quadros. Aqui ou em qualquer parte do planeta.
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