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Crônicas & Artigos

em 01/08/17

A culpa é também da crise

Eu tenho o hábito de doar sangue pelo menos duas vezes por ano. Quando eu era mais moço, doava mais, mas agora tem restrição de idade, então reduzi o ritmo.

Fui ao Banco de Sangue da Santa Casa depois de participar da abertura do Quarto Simpósio de Oncologia, promovido pela Santa Casa de São Paulo e pelo Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho.

Preenchida a burocracia necessária, deitei na cadeira de doação, estendi o braço, senti a leve picada e comecei a abrir e fechar a mão para acelerar o processo.

Do meu lado sentou-se uma enfermeira muito simpática, que começou a conversar comigo. Para o assunto engrenar, ela me perguntou se eu era doador regular, eu disse que sim e perguntei a ela se os estoques estavam baixos.

Ela me respondeu que alguns tipos de sangue estavam abaixo do limite crítico. Curioso, perguntei se não era um problema cíclico, em função das férias de inverno.

A resposta me fez parar e avaliar o que a enfermeira Luana me disse. Jamais tinha olhado a questão por esse ângulo e ele está absolutamente correto. A crise é um complicador muito sério.

Segundo ela, as doações caíram porque parte dos doadores está desempregada e pagar condução para doar sangue duas vezes três reais e oitenta pesa no bolso de um desempregado.

Entre doar sangue e comprar comida ou quitar uma conta atrasada, não tem discussão possível. Por mais bem-intencionado que ele seja, o desempregado vai primeiro olhar suas necessidades diretas. Ninguém consegue pensar no próximo vendo o filho com fome.

É triste, mas é mais um lado da crise que nos foi dada pelo PT.

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