A condenação do Lula
Tem certos assuntos que, pela sua natureza, devem amanhecer. Curar, envelhecer, quase ficar passado, como certos queijos franceses ou um bom meia cura feito com leite de gado alimentado sem braquiária.
É o caso da condenação do Lula. E ele merece.
Mas condenar um ex-Presidente da República à cadeia por bandalheira feita quando estava no cargo é muito sério e aconteceu em muitos poucos países do mundo. Por isso a sentença deve ser muito criteriosa.
O Brasil está dando uma aula de lisura e coragem cívica. Passar a limpo a história recente para tirar da frente e punir quem fez o que não devia, ainda mais na escala que estamos fazendo, é para encher o brasileiro de orgulho.
A regra do mundo é o deixa para lá. Aqui, ao contrário, estamos indo fundo, cortando no osso, com todas as consequências que isso pode trazer. Para o bem e para o mal.
Há excessos que precisam ser controlados. Motivos não muito transparentes influenciam algumas decisões.
Alguns nomes não estão à altura da missão. Outros confundem o momento, não entendem o que está acontecendo e tentam levar vantagem em cima da nação, o que é justamente o que está sendo combatido porque a sociedade não quer mais ser roubada, tanto faz por quem.
Uma olhada na lista dos mais rejeitados de acordo com as pesquisas mostra que a coisa não é contra um ou outro. O que o brasileiro não quer mais é ladrão, incompetente e sem vergonha no comando do país.
A prisão do Lula é emblemática. Como é o processo contra o Presidente Michel Temer. Tem quem diga que no final o Brasil sairá melhor. Eu não tenho dúvida. Mas tenho duas perguntas: qual o preço que nós queremos pagar e como fazer para chegar lá sem matar o paciente?
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