A CET piora todos os dias
Alguém de fora que chegasse em São Paulo diria que é exagero do cronista, má vontade, ou coisa assim. Afinal, não é comum alguém ou alguma coisa piorar todos os dias, com regularidade irritante.
Mas essa certeza duraria menos de meio dia. Seria o tempo de ficar parado em dois congestionamentos para começar a acreditar que é, sim, possível piorar todos os dias, com regularidade irritante.
Quando há empenho, dedicação, estudo e investimento, a piora acontece com mais consistência, com mais regularidade, como a toada do Big Ben dando as horas em Londres.
Quem mora em São Paulo sabe ou, se não sabe, sente na pele as consequências do profissionalismo exacerbado da CET e seus agentes.
Anos e anos de luta incessante fizeram dela a mais incompetente de todas as organizações brasileiras. Incompetência é que nem subdesenvolvimento: é para profissional. E se o governo brasileiro decidiu que é hora de voltar a fazer foça para nos igualar a alguns Hermanos latino-americanos, a CET faz décadas que investe pesado para sermos o exemplo, o paradigma, o “bench-mark” do caos no trânsito no mundo.
Nada, nem ninguém para as ruas melhor do que ela. É tanta tecnologia que, atualmente, vai no automático. Os marronzinhos só precisam ficar de braços cruzados e qualquer rua, por mais larga que seja, congestiona em poucos minutos.
Antes a regra valia para os dias de semana. Agora não tem mais isso. Para todos os dias, todas as horas, tanto faz a época do ano.
Chora mais quem pode menos. Nas ruas de São Paulo só não choram os marronzinhos. Esses se alegram com a tragédia alheia. Afinal, além dela, eles precisam das multas para ganhar mais e melhor.
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