A bandeira rota
Fosse a lembrança dos combates no Túnel, o testemunho das cavalgadas da Cavalaria do Rio Pardo, as marcas da selva fechada na retirada da frente sul pela serra de Paranapiacaba e, tudo bem, seria motivo de orgulho e glória, balançando alto a coragem paulista na defesa dos ideias democráticos sonhados desde antes da Revolução pelo bravos de 1932.
A bandeira das 13 listas, rota pelos tiros e pela violência dos combates, com as bordas esfarrapadas e o branco e o negro manchados com o sangue dos soldados que caíram enquanto a erguiam em combate, seria motivo de orgulho, de veneração e de profunda reflexão na comparação do acontecido em 1932 e o que hoje se vê no Brasil.
Mas não. A bandeira rota e maltratada está rota e maltratada pela ação do tempo e pela falta de cuidados. A Prefeitura é responsável pelo símbolo máximo do Estado hasteado no alto do Mercado Municipal, mas a administração que não gosta da cidade pelo que parece também não se importa com símbolos da nação, nem com o significado de palavras como pátria, orgulho e respeito.
Não, para ela o que vale são quilômetros e quilômetros de faixas ditas para ônibus e bicicletas, a maioria muito mal feita, para parar a cidade de forma absoluta.
O resto é só resto. Que o digam os buracos nas faixas de estimação, o lixo alagando a cidade, os semáforos que não funcionam, os radares nas ruas e avenidas esburacadas, os marronzinhos que querem que o trânsito se exploda, as creches e postos de saúde não construídos…
Se o Plano Diretor pretende destruir, com o máximo de competência, a qualidade de vida do paulistano, por que a bandeira paulista no Mercado Municipal deveria ser trocada só porque está podre e rasgada?
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