Violência e seguro
Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça
A violência voltou a crescer no Estado de São Paulo. Na Capital, o número de roubos e furtos de celulares atingiu a casa dos milhares de aparelhos e não há nada que indique que a ordem de grandeza será rapidamente reduzida. Os ladrões atacam de todas as formas, cercando e levando a bolsa da pedestre na calçada, quebrando o vidro do carro e retirando o aparelho do suporte em cima do painel, apontando a arma para um motorista que está abrindo o portão, etc. A criatividade é enorme e muitas vezes fruto do ambiente que o bandido encontra. Só ou em grupos, os ladrões de celulares não têm a menor vergonha ou medo do que estão fazendo. Atacam sem se importar com câmeras, policiais próximos ou gente passando.
Da mesma forma, os roubos de carga custam uma fortuna para o país e fazem com que apenas algumas seguradoras se interessem pela carteira, que já foi considerada nobre e gerava pagamento de comissão extra para os corretores com produção sólida no ramo.
A chegada do Pix ressuscitou outra modalidade de violência: o sequestro relâmpago. Nele, os ladrões ameaçam as vítimas para conseguirem as senhas e invadirem as contas, usando o Pix para limpá-las, transferindo os recursos depositados para contas de “laranjas”, de onde depois são sacados.
A ousadia dos criminosos é infinita. A cada dia que passa, vemos uma nova modalidade de delito sendo praticada, com a sem cerimônia com que os golpes pelo telefone continuam acontecendo e as pessoas continuam caindo.
É comum mandarem um Whatsapp se passando por alguém próximo, dizendo que precisa de dinheiro e que por alguma razão não consegue acessar a conta, por isso pede para o amigo ou parente fazer um adiantamento, um depósito numa determinada conta.
Os graus de sofisticação variam muito, mas os bandidos conseguem sucesso num bom número de tentativas, que os fazem continuar insistindo em levar a grana das vítimas.
O roubo e o furto de veículos caíram significativamente em função da pandemia, mas, com o reaquecimento da economia e a falta de componentes para fabricar carros novos, não é só o mercado de carros usados que está aquecido; o de peças, se ainda não aqueceu, vai aquecer logo.
Finalmente, os roubos e furtos a residências e empresas também devem estar relativamente aquecidos, se bem que a pandemia jogou as pessoas para dentro de casa, dificultado a ação dos meliantes.
A única ferramenta eficiente para fazer frente ao aumento da violência, seja de que modalidade for, é o seguro. Ainda que não sendo possível a contratação de apólices para todos os tipos de situações, há um bom número de garantias oferecidas pelas seguradoras, boa parte delas acessível nos pacotes residenciais e empresariais.
Curiosamente, o brasileiro não costuma contratá-las. Seja porque acha que não vai acontecer com ele, seja porque acha que o seguro traz má sorte, por imprevidência ou qualquer outra razão, o fato é que os pacotes residenciais e empresariais têm coberturas para os atos criminosos praticados contra o segurado ou seu patrimônio, mas elas não são contratadas.
De outro lado, alguns bens e riscos necessitam de seguros específicos. É o caso do seguro do cartão de crédito, da conta bancária ou do telefone celular. Normalmente são oferecidas apólices exclusivas para eles, mas, seja lá pela razão que for, grande parte dos clientes potenciais não se interessa e só dá importância ao seguro depois que é vítima da ação dos bandidos e não tem uma indenização para minimizar as perdas.
Como tudo no mundo, contratar seguro depende de conta. Se o custo/benefício compensar, justifica a contratação do seguro. Se ficar muito caro, é melhor correr o risco. Exemplo disso é o seguro para celular. Um celular mais simples ou velho, por ser barato, não justifica um seguro relativamente caro. Todavia, vários modelos modernos custam milhares de reais e aí a perda do aparelho pode ficar pesada, compensando a contratação do seguro.
Como cada pessoa é única e seus riscos também o são, a melhor forma de contratar seguros é através de um corretor. É ele quem vai dizer o quê e como deve ser feito.
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