Um belo futuro
Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça
A crise que está aí come solta, cobrando um preço absurdo e jamais visto da sociedade brasileira. Se as outras crises afetavam a economia, mas eram contornadas pela correção monetária que minimizava os efeitos inflacionários, esta é diferente. Hoje a situação é muito mais grave. Passa pela soma de vetores negativos, criando o que os especialistas batizaram de “tempestade perfeita”. Uma situação em que diferentes forças agem concomitantemente, criando um estouro de proporções inimagináveis. No mundo real, basta citar a inflação, a recessão, os juros altos, a desvalorização do real, o desemprego, a descrença nas forças políticas e a corrupção como fatores mais do que suficientes para gerarem a “tempestade perfeita”. E nós estamos no meio dela.
Mas, em algum momento, a crise tem que passar. Até hoje o Brasil foi maior do que todos os abismos colocados na sua frente. De uma forma ou de outra, algumas mais doloridas, o país sempre se safou de afundar de vez, às vezes depois do último minuto, e conseguiu retomar a trilha do desenvolvimento.
Não há razão para desta vez ser diferente. É sempre bom não esquecer que a economia funciona movida por expectativas. E que o Brasil tem uma organização social e uma estrutura empresarial eficientes e capazes de reagir rapidamente aos estímulos positivos que a mudança da percepção da crise tenha sobre a população.
A estrada para sair do purgatório será longa e, no caminho, gente que não merece irá sucumbir. Lamentavelmente, é assim que as coisas acontecem. Mas, feitas as correções e adequações necessárias na Constituição e na legislação infraconstitucional, com seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados e 200 milhões de habitantes, o Brasil tem tudo para ingressar no rol das nações ricas e com qualidade de vida digna para a população. Em algum momento, vai acontecer. Mas, antes disso, nós temos que colocar ordem na casa e estamos tomando as providências para chegar lá.
O cenário para depois da crise é bom. O Brasil, mesmo severamente machucado, tem as reservas necessárias e a tecnologia para retomar a produção e reverter a curva descendente.
Mas se o cenário é bom para o país como um todo, é melhor ainda para o setor de seguros. Com a sociedade mais rica, as demandas por produtos de proteção tendem a crescer. Mais seguros de vida, mais planos de saúde privados, mais previdência complementar aberta, mais seguros de veículos e assim por diante, numa curva ascendente muito interessante para todos os que trabalham na área.
Sem pensar na produção nova, decorrente do reaquecimento da economia e do equacionamento da vida política, a capacidade de crescimento do setor é suficiente para dobrar o total de prêmios atuais em poucos anos. E depois continuar crescendo em ritmo acelerado.
Alguns dados são suficientes para dar a base concreta para a previsão ser quase que uma certeza: apenas 25% da frota de veículos tem algum tipo de seguro; mais de 18 milhões de imóveis não têm nenhum tipo de proteção; a maioria das pessoas jurídicas médias e pequenas não têm seguro; o grosso das mercadorias em circulação pelo território nacional é transportado sem seguro de transporte ou RCTRC; apenas ¼ da população tem plano de saúde privado, etc. A lista segue na mesma toada em praticamente todos os campos onde o seguro é uma importante ferramenta de desenvolvimento.
O agrobusiness brasileiro está entre os mais dinâmicos do mundo e, no entanto, os seguros oferecidos são insuficientes e estão tecnicamente abaixo do que existe nos países desenvolvidos.
As catástrofes naturais são pouco seguradas e as apólices existentes são muito menos inteligentes do que as existentes em outras partes do mundo.
Os seguros de responsabilidade civil estão começando a engatinhar no país e os seguros de garantia têm um brilhante futuro, cobrindo todas as obras de infraestrutura a serem feitas e indispensáveis para o funcionamento da nação.
Para completar um quadro francamente otimista, a previdência complementar deve crescer, e muito, impulsionada pelas reformas por que a Previdência Social deve passar.
Quer dizer, com um pouco de paciência, profissionalismo e competência quem trabalha no setor de seguros tem tudo para se dar muito bem.
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