Um balanço positivo
Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça
2023 vai chegando ao fim e o mercado segurador tem motivos de sobra para comemorar. O primeiro é o seu crescimento, muito acima da economia nacional. Crescimento não significa apenas aumento de faturamento, mas, principalmente, o aumento da base de consumidores, no caso, do número de segurados.
O negócio do seguro não é pagar indenização. O negócio do seguro é vender as apólices, ou seja, vender a garantia de que, se acontecer alguma coisa prevista no contrato, o segurado será indenizado. A indenização é aleatória, pode ou não ser reclamada e paga. Já o contrato, não. O contrato é uma peça formal, chamada de apólice de seguro, que deve ser emitida para dar ao segurado a tranquilidade decorrente da certeza de que seu bem está coberto e o risco segurado.
É neste sentido que o setor de seguros tem muito a comemorar. O aumento da base de segurados é clara e pode ser facilmente comprovada com o aumento do número de seguros rurais, com o aumento do número de seguros de vida, seguros para celular, seguros residenciais, títulos de capitalização, planos de saúde privados e planos de previdência complementar. Todos esses produtos tiveram a demanda aumentada em relação a 2022, o que permite afirmar que a base de segurados no país cresceu e atualmente o mercado segurador tem o maior número de consumidores cobertos da história.
Também seria possível citar o desempenho do faturamento e o aumento das reservas, mas para o cidadão o que vale é o pagamento das indenizações e esse também subiu, na medida que mais segurados significam mais eventos cobertos e, consequentemente, mais indenizações pagas.
O mercado segurador tem um ambicioso plano de desenvolvimento que deve elevar a participação do setor para 10% do PIB até 2030. Não é sonho, é perfeitamente possível. E, se o Brasil crescer nestes anos, essa meta pode ser ultrapassada, quem sabe, elevando a participação para até 12% do PIB. Mais uma vez, não é sonho, é consequência da nova realidade social e das demandas colocadas como fundamentais para o desenvolvimento nacional, mas que dependem do desempenho da economia.
Mais importante do que o aumento do faturamento é o aumento dos pagamentos a cargo da atividade, como indenizações, resgates, pecúlios, sorteios etc. À medida que o crescimento do setor se aproximar do projetado pelo “Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros”, maior será o desembolso em favor da sociedade e isto é uma importante ferramenta de combate à desigualdade social.
O desempenho de 2023 mostra que o caminho está sendo trilhado e, com exceção dos planos de saúde privados, que atravessam um momento turbulento, os demais players estão se saindo bem, tanto nos negócios de risco e poupança, como na distribuição dos produtos. Seguradoras, capitalizações, operadoras de previdência complementar aberta e corretores de seguros, na média, não podem se queixar do ano que acaba. Ao contrário, se 2022 foi um ano de resultados mesquinhos, 2023 reverteu os números, permitindo ao mercado segurador comemorar as festas de fim de ano e entrar no ano que vem nadando com força.
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