Solidariedade, Natal e seguro
Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça
O Natal é a festa da solidariedade. Nele as pessoas se reúnem em volta da mesa para dividirem, antigamente, o pão e o vinho e, nos dias de hoje, o peru, o churrasco, a cerveja, a torta de maçã e o mais que a imaginação coloca a serviço da felicidade gastro-etílica para comorar mais um fim de ano, entre secos e molhados, vivos e tocando em frente.
O Natal representa no nascimento do Cristo a esperança e a vida, fortalecendo os laços entre a família e o grupo, no intuito de uma vida melhor. No Natal se confirmam os votos de união e solidariedade, de atividade em conjunto, de auxílio mútuo, de repartição dos ganhos e das perdas, de fazer juntos porque é junto que se faz melhor e se chega ao bom resultado. A reunião em volta da mesa comemora o sucesso na luta pela vida, a vitória sobre a adversidade, a certeza de se tocar em frente, unidos, em prol do bem comum.
A solidariedade é a virtude coletiva mais importante e, também, a atitude mais eficiente. Com a solidariedade a sociedade sabe que ninguém está só, que todos os seus membros serão protegidos pelos outros, que ninguém ficará para trás. A adversidade é parte da vida, como o sucesso, e tanto um como o outro geram consequências nas quais todos terão seu quinhão, dividido de acordo com a participação de cada um.
Se analisarmos as premissas básicas do seguro veremos que elas são exatamente isso. A soma do esforço de todos para proteger proporcionalmente os indivíduos atingidos pelos azares da vida e recompor sua capacidade de atuação, indenizando os danos de todos os tipos que de alguma forma o alcancem.
A base da operação do seguro moderno é o mutualismo. Nada que não acontecesse 4 mil anos atrás, na Mesopotâmia, quando as caravanas levavam pela região o comércio de bens indispensáveis para a qualidade de vida das populações.
O que é o mutualismo? A criação de um fundo com uma finalidade específica, composto pela contribuição proporcional de cada um de seus membros. A finalidade da operação de seguro é garantir para os participantes afetados por uma perda a indenização necessária para se recompor e assim proteger o grupo. Isso é feito pelo pagamento de um valor proporcional ao risco de cada um para a constituição de um fundo comum – o mútuo – de onde se saca os valores necessários para fazer frente às perdas individuais de cada segurado atingido pelo evento a ser coberto.
Os mesmos pressupostos que embasam a celebração do Natal embasam a operação de seguro. Solidariedade, compaixão, proteção dos riscos, repartição das perdas estão presentes na mesa onde a família comemora seu sucesso e no clausulado da apólice que protege o indivíduo das adversidades da vida.
Vale salientar, o seguro não tem o dom de evitar o evento. Ele não tem como chamar para si a perda ou sofrer o acidente. O que ele faz é minimizar os danos, indenizando os prejuízos econômicos causadas por ele. Assim, a indenização não tem o dom de zerar todos os prejuízos. Mesmo assim, até hoje, o seguro é a forma mais eficiente de proteção social desenvolvida pelo ser humano.
Boas festas e um grande ano novo!