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Crônicas & Artigos

em 13/11/23

Seguro e segurança pública

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Outro dia eu ouvi de uma fonte confiável que, para garantir a segurança de uma vasta área localizada no Butantã, a Companhia da Polícia Militar encarregada do pedaço tem cinco viaturas. Não é difícil entender por que os assaltos a residências estão em alta no Butantã. Não tem como a polícia com cinco viaturas ser eficiente na ronda de uma área que vai da Marginal do Pinheiros ao Jardim Guedala e, para o outro lado, abarca o Parque dos Príncipes. Se as viaturas voassem e fugissem do trânsito elas não fariam melhor, é humanamente impossível.

Ainda que a polícia paulista implementasse o mais eficiente sistema de inteligência operacional do mundo, equipada desse jeito, ela deixaria permanentemente uma grande região desprotegida. Por conta do subdimensionamento, o resultado seria a lentidão e se se movesse para atender uma ocorrência, muito antes dela chegar, os assaltantes já teriam comunicado aos comparsas que era hora de cair fora da cena do crime.

Mas não é só o Butantã e seu entorno que passa esse tipo de perrengue. Os moradores do Brooklin estão preocupados com o aumento dos assaltos de todos os tipos, desde o furto de rodas de automóveis estacionados nas ruas até o assalto a residências. E a situação se repete nos Jardins e nos bairros da Zona Leste e da Zona Norte. É só ligar a TV no horário de um noticiário local para não se ter dúvida que a população vive um momento de insegurança, agravado pelos roubos de celulares, invariavelmente praticados com violência contra as vítimas.

A Secretaria de Segurança Pública tem apresentado estatísticas com a queda constante dos números de boa parte dessas ocorrências. Não duvido nem um minuto da correção das informações, nem da boa-fé da Secretaria ou da competência da polícia. O problema é que a população se sente desprotegida e isso derruba a confiança nas autoridades. Como se não bastasse o serviço “Disque Denúncia” está ameaçado de acabar. Pode parecer incrível, mas falta sensibilidade ao governo estadual para seguir bancando uma das mais eficientes armas de combate ao crime em São Paulo.

De outro lado, não é raro a Justiça soltar bandidos que, tão logo retornam às ruas, recomeçam a praticar os mesmos crimes que os levaram a ser presos, o que evidentemente desmotiva o policial que compara a sua ação, muitas vezes com risco da própria vida, com a inútil tentativa de secar gelo com pano de prato.

O resultado do quadro é que São Paulo parece uma praça de guerra montada para impedir a entrada dos bárbaros mais selvagens, como se fosse Roma às vésperas do ataque de Átila, o Huno. Muros altos, grades, cercas elétricas, cercas de ferro, arame farpado, cacos de vidro, carros de ronda, guaritas, vale tudo na tentativa de se defender e a criatividade do morador é infinita.

O Brasil não é pródigo na contratação de seguros residenciais, o que diminui o valor das indenizações pagas pelas seguradoras. Mas parte dos imóveis é segurada e é justamente ela que é visada pelos bandidos.
Contra fatos não há argumentos. É o caso do preço dos seguros residenciais com garantia para roubo e furto. Como as seguradoras estão pagando mais indenizações, a única forma delas compensarem a piora de seus resultados é o aumento do preço dos seguros, ou mesmo a não aceitação do risco.

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