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Crônicas & Artigos

em 09/10/15

Congresso Brasileiro de Corretores de Seguro

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Aconteceu, em Foz do Iguaçu, entre 8 e 10 passados, o 19º Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros. Com a participação de perto de cinco mil pessoas, entre corretores, seguradores, palestrantes, especialistas e pessoal de apoio, o evento cumpriu sua função básica, qual seja, fortalecer uma categoria profissional, num momento delicado para o país.

O Brasil atravessa um momento mais do que conturbado. A economia vai mal, a política vai pior e as certezas para o futuro estão cada vez mais incertas.

O setor de seguros sabe que depois da tempestade há um espaço fantástico a ser ocupado. Milhares de residências não têm seguros. Milhares de empresas não têm seguros. Milhões de veículos não têm seguros. Milhões de brasileiros sequer sabem o que é seguro.

Neste cenário, depois da crise, será o momento certo para acelerar e ocupar os espaços, dando fôlego para o setor de seguros se transformar numa atividade comparável à dos países mais ricos, onde a proteção social faz a diferença, permitindo que, mesmo diante de desastres de monta, a sociedade não saia empobrecida pela necessidade de readequar investimentos para fazer frente às perdas sofridas.

O problema é que a certeza desse futuro brilhante não é tão clara como já foi, ao longo dos últimos 20 anos. Ao contrário, a série de equívocos e ações incompetentes do Governo Federal de 12 anos para cá comprometeu o futuro do país, ao ponto de um dos grandes conferencistas brasileiros dizer em suas palestras que “está ruim, vai ficar muito pior e isso não quer dizer necessariamente que depois irá melhorar”.

Este o cenário macro. Cenário que, no setor de seguros, ameaça justamente o corretor de seguros. Não se discute competência ou incompetência. Isso é parte da regra do jogo e os que não se adaptam são eliminados do mercado, como os animais são eliminados na natureza. O que ameaça o amanhã destes profissionais é a quebradeira de empresas, o desemprego, a inflação e os juros altos.

A consequência é óbvia. Empresas quebradas não fazem seguros patrimoniais; despedem seus funcionários e não contratam seguros de vida e acidentes ou planos de saúde privados; os funcionários despedidos deixam de trocar de carro e de fazer seguro para protegê-lo; as prioridades com o dinheiro curto impedem a contratação de outros tipos de apólices e assim vamos, ainda por cima com a concorrência se acirrando em função da diminuição do mercado.

As seguradoras levam algumas vantagens, que fazem com que a ameaça da crise seja menor para elas. Em primeiro lugar, os juros altos, que para o país são um castigo, para elas são um presente muito bem vindo. As seguradoras são caixas de dinheiro investido no mercado financeiro. Com juros altos seus resultados industriais podem piorar sem que a última linha do balanço seja afetada. Vão sofrer? Com certeza. Mas as grandes companhias ligadas a bancos são capitalizadas e as companhias estrangeiras, com a desvalorização do real, custam muito barato para suas matrizes.

Apenas estes temas seriam suficientes para justificar um Congresso de Corretores de Seguros com as dimensões do 19º, acontecido em Foz do Iguaçu.

Mas as discussões foram além e abordaram os mais diversos pontos que interferem na atividade profissional, na parceria com as seguradoras, nas formas de avançar na crise e depois dela.

Todos os que foram ao Paraná participar do evento com certeza saíram enriquecidos. Mas, mais importante, a categoria saiu reforçada pela certeza de que é uma classe profissional fundamental para o desenvolvimento do país. Que tem uma missão social da maior importância e que parte da tranquilidade da nação passa pelo seu trabalho, dedicação e profissionalismo.

Eventos como o Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros são importantes pelas mais diversas razões, mas, entre elas, se destaca o orgulho de fazer parte de um setor pujante, competente, profissional e com chances concretas de fazer muito pelo bem estar da nação.

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