(Português) Administração revolucionária
Fazia tempo que São Paulo não tinha uma administração tão revolucionária. Não, a cidade não está sob o comando de gente inovadora. A palavra correta é revolucionária.
Com as mesmas boas intenções que fizeram de Cuba o quase-paraíso do proletariado, Miami a terra prometida e a Coréia do Norte, um exemplo de respeito ao cidadão e à liberdade de expressão.
A criatividade da administração municipal não tem limites. É verdade que a cidade está quase parando e vai parar logo. Mas veja que exemplo:
No final do ano a prefeitura mandou pintar faixas de ônibus ao longo de toda a Avenida Sumaré. Pois bem, logo no começo do ano, asfaltou a avenida, tapando todas as faixas pintadas.
Não, não aceito maldade. Não foi incompetência, nem a chance de alguém ganhar dinheiro fácil, como já escutei mais de uma vez.
Não, não, foi planejamento estratégico. Visão de longo prazo somada a movimentos táticos indispensáveis para colocar ordem nas ruas e permitir que os ônibus tivessem desde o ano passado sua faixa exclusiva.
Tanto faz se 60 dias depois elas seriam destruídas e apagadas. O fundamental na administração pública é o timing, o momento certo de fazer as coisas.
Naquela hora tinha que parar a rua. Então, as faixas tiveram sua razão de ser. Além disso, elas voltarão, agora sobre asfalto novo e financiadas pela tia rica, a Presidente de República.
Mas melhor ainda é a solução encontrada para combater as enchentes na mesma região. Inteligentemente, a CET permitiu a instalação de placas em seus postes, informando que, em caso de chuva, o pedaço alaga. Fale sério, tem solução melhor do que essa?