(Português) Uma comparação pouco edificante

Ou o brasileiro perdeu a noção, ou as bruxas existem e voam com a maior cara de pau.
Vejam que comparação triste: a família da atleta olímpica Laís de Souza lançou uma campanha para arrecadar fundos para custear seu tratamento e conseguiu pouco mais de três mil reais.

Um pouco antes, três mensaleiros, condenados a vários anos de cadeia por crimes variados, lançaram mão da mesma medida e, em poucos dias, cada um deles conseguiu mais de meio milhão de reais.

Alguma coisa está errada. Não acredito que os brasileiros prefiram dar dinheiro para bandidos pagarem suas multas em vez de ajudarem uma atleta olímpica que se acidentou treinando para representar o Brasil em jogos onde não temos tradição.

Digam o que disserem, tem mais mistério nas doações feitas para os bandidos do que nas doações feitas para a Laís.

Será que uma apuração das doações feitas aos ilustres detentos não mostraria origens pouco claras para o dinheiro doado?

Um Ministro do Supremo Tribunal Federal chegou a sugerir que havia algo estranho naquilo. Mas, pelo que se sabe, as investigações não prosperaram. Ficou o dito pelo não dito.
Confesso que os valores dessas doações me encheram de espanto. Será que tem tanto brasileiro solidário com bandidos condenados em última instância num pais que não costuma condenar muita gente?

A baixa arrecadação da campanha da Laís confirma o óbvio: tem bruxa voando nos negócios dos mensaleiros presos. Não é ela que recebeu pouco, são eles que fizeram a mágica da multiplicação das notas. Nada que não saibam fazer bem.