O novo superintendente da SUSEP
O setor de seguros tem um novo xerife. Depois de alguns anos andando de lado, pela falta de familiaridade do antigo superintendente da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) com o setor que ele deveria regular, Roberto Westenberger foi nomeado para ocupar o cargo. A posse foi em 28 de março, no Ministério da Fazenda, no Rio de Janeiro.
Se o ex-superintendente não era do ramo, o novo tem uma sólida e consistente carreira, tendo atuado ao longo de sua vida profissional em diversas empresas da área.
Um superintendente que conheça as regras do jogo é fundamental para um setor econômico que movimenta centenas de bilhões de reais e é o responsável direto pela proteção de boa parte do patrimônio nacional, incluídas as obras para Copa do Mundo, Olimpíadas, infraestrutura urbana, geração de energia, logística, petróleo, etc.
Não há grande obra no país que não esteja protegida por uma ou mais apólices de seguro. Da mesma forma que não há grande empresa operando sem que tenha a proteção de um pacote mais ou menos sofisticado de coberturas de seguros.
Além disso, os seguros de vida atendem a imensa maioria dos trabalhadores com carteira assinada e os planos de saúde privados se encarregam de garantir atendimento médico-hospitalar de qualidade para algo ao redor de 40 milhões de pessoas. Como se não bastasse, a previdência complementar aberta faz tempo que é uma das aplicações mais procuradas pelos brasileiros e os planos de capitalização, além de importante ferramenta para o ensino da prática da poupança pessoal, distribuem centenas de milhões de reais em prêmios.
Como se vê, o setor não é para quem não conhece suas entranhas. Para quem não está familiarizado com as formas de operação de cada segmento, com as nuances das empresas e dos produtos que elas comercializam.
Para regular e fiscalizar um segmento tão complexo é necessário conhecer as diferenças entre as seguradoras; os corretores de seguros; as particularidades regionais; os riscos mais ou menos gravosos; as diferenças entre os três tipos de resseguradoras e a forma de atuar de cada um deles; as malandragens que mascaram eventuais problemas e como elas podem comprometer o desempenho de uma ou várias companhias, etc.
Em outras palavras, é trabalho para profissional. Faz muito tempo que o setor de seguros deixou de ser um clube, onde todos se conhecem, são amigos, e o IRB era o grande “paizão” que assumia as eventuais perdas das companhias de seguros.
Se não há espaço para amadores nas companhias de seguros e nas demais empresas que compõem o setor, imagine na SUSEP. Ela é responsável pelo funcionamento de uma área empresarial altamente sofisticada, complexa, com particularidades inerentes aos vários segmentos e completamente diferentes de qualquer outro setor econômico.
Neste universo não basta conhecer a teoria, é necessário administrar a prática, inclusive porque nele a prática é completamente diferente do que está nos livros. O simples saber teórico, o conhecimento jurídico das diferentes figuras que integram o setor e dos contratos que materializam sua operação são insuficientes para fazer frente aos problemas mais ou menos sérios que interferem no dia a dia da população, podendo acarretar prejuízos irreparáveis para milhares de brasileiros.
É por isso que a nomeação de Roberto Westenberger para Superintendente da SUSEP é uma notícia altamente positiva para todos, mas, antes de tudo, para o Brasil. Com sólida formação teórica e uma longa vivência prática, ele conhece os meandros e os segredos da atividade. Além disso, em função de seu nome, tem livre trânsito e é respeitado por todos.
Com ele à frente da Superintendência de Seguros Privados espera-se uma gestão mais equilibrada, com soluções adequadas à realidade do mercado brasileiro, levando em conta os pontos fortes e a deficiências de cada segmento, com o fim de permitir um crescimento em patamares razoáveis e compatíveis com as necessidades de proteção da sociedade.
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