Uma parceria inusitada
Pode parecer brincadeira, mas não é. Em princípio, não deveria acontecer, mas está aí. A parceria inusitada entre os Correios e a CET para piorar o trânsito da cidade é uma realidade que pode ser verificada em quase todos bairros onde os veículos dos correios chegam.
Invariavelmente, depois de chegar no ponto de origem do congestionamento, o motorista desgastado pela espera descobre que não há acidente, nem batida policial. O que está represando o trânsito é a sem cerimônia com que os carros do correio param, tanto faz se pode ou não.
“’Eu sou o correio, eu posso, eu paro e ponto. Dane-se a cidade, danem-se os outros motoristas, dane-se o trânsito”.
“Pode mais quem chora menos. A CET sabe que eu sou eu, então não faz nada, porque sabe que, de verdade, muito mais do que entregar correspondências, eu estou atrapalhando o trânsito”.
Há quem diga que neste acordo corre muita grana, mas não é verdade. A questão não é econômica, é ideológica. De um lado está a posição da CET, conhecida desde os tempos da parceria com a Universidade Municipal de Redenção do Murgea, para o desenvolvimento de jegues de alta velocidade e sanforização dos marronzinhos para não encolherem na chuva. De outro, está a visão monopolista dos Correios, seriamente ameaçada pelas novas tecnologias logísticas.
A soma das frustrações resulta na parceria empírica. De um lado a CET, de outro, os Correios, os dois firmemente comprometidos em atrapalhar o trânsito da cidade em medida jamais vista em nenhuma grande metrópole do mundo.
A ideia é deixar Beijing, Calecute, Bombaim e até Caracas, com todos os seus desmandos bolivarianos, para trás. Trânsito parado como em São Paulo, só em São Paulo!
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