Um drone fora de lugar
Ninguém duvida, pilotar um drone deve ser uma sensação maravilhosa. Liberdade e poder completam outras sensações do piloto com o controle nas mãos e o poder de fazer a aeronave voar, obedecendo aos comandos, subindo, descendo, parando no ar.
Piloto de guerra, voyeur, aeronauta, Santos Dumont ressuscitado, tanto faz, a sensação deve ser maravilhosa. Sentir as alturas próximas, o voo livre, a velocidade e a parada no ar, feito helicóptero, mas muito mais moderno, mais controlável, mais emocionante.
Os drones vieram para ficar. No uso militar, bombardeando alvos difíceis e perigosos. Na vida civil, filmando cenas particulares escondidas pelos muros que não protegem a visão do alto, etc.
Quanto para ser visto, xeretado, filmado e revisto, com uma enorme sensação de vitória, igual à do piloto no bunker do deserto americano levando seu drone para bombardear um alvo no deserto do Saara.
Carregar coisas, entregar encomendas, as possibilidades são infinitas. O céu e a imaginação são o limite. Dá para ir e voltar, e ir de novo, e fazer uma ampla curva para a esquerda e voar descobrindo novos espaços, filmando distantes vizinhos trazidos para próximo pelas lentes poderosas da filmadora do drone.
Brincar de agente secreto não tem preço. Brincar de piloto de guerra é melhor ainda. Então, o que leva um piloto de drone a decidir voar na cabeceira da pista do aeroporto de Congonhas?
Será que não lhe ocorreu que poderia causar um acidente sério, a queda de um avião com mais de cem passageiros, porque decidiu voar com seu drone na cabeceira da pista?
Como dizia meu pai, pena que Deus limitou a inteligência, mas não limitou o contrário dela!
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