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Crônicas & Artigos

em 08/12/14

Um absurdo sem sentido

por Antonio Penteado Mendonça

As notícias sobre as festas dos alunos das faculdades de medicina são apavorantes. Apavorantes pela boçalidade, pela estupidez, mas acima de tudo pela covardia dos responsáveis por atos que só o mais completo canalha tem a falta de coragem para cometer.

Ou será que os bandidos que estupram alunas, tanto faz se bêbadas ou na marra, imaginam que são legais? Que a força está com eles e todo mundo dá o maior apoio?

É apavorante imaginar que eles sairão da faculdade com diploma de médico debaixo do braço, prontos para cometerem toda sorte de barbaridades com seus pacientes, nos hospitais, nos consultórios e clínicas, com as paredes enfeitadas com os diplomas das melhores faculdades de medicina do país avalizando seu comportamento.

Mas se é apavorante para nós, porque podemos ser atendidos por bandidos capazes de cometer um crime hediondo como é o estupro, é mais apavorante ainda para a imensa maioria dos estudantes das mesmas faculdades, que não têm nada como isso, que se matam de estudar para acompanhar um curso puxado, duro e que exige dedicação integral de quem se propõe a segui-lo a sério.

Ao cometerem os crimes nas festas das faculdades, os celerados jogam na lama, atrás do anonimato, o nome e a honra dos outros estudantes. Por que? Porque ninguém sabe quem são e a generalização é a regra: “Ah, tudo bem, foi na festa da faculdade de medicina”.

Isso não pode ser tolerado. Os crimes têm que ser apurados. Não basta proibir as festas.

Eu gostaria de saber como estes criminosos se sentiriam se no futuro suas filhas fossem estupradas por bestas-feras iguais a eles numa festa ou num trote de faculdade. Será que vão achar legal?

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