Tempestades de primavera
O verão não chegou, mas a primavera decidiu que é hora de começar a festa e as primeiras tempestades já estão dando o que falar.
Poderia começar contando da palmeira que caiu no meu escritório, mas pra quê falar da gente se o drama é coletivo e a cidade já está sentindo na pele o que ainda vem pela frente?
Isso mesmo, o que ainda vem pela frente. Se em plena primavera o tempo desanda e as ventanias sacodem São Paulo, imagine como será quando o verão chegar.
Tem quem ache que não será diferente dos outros anos, mas eu não tenho tanta certeza. Que na base de tudo estarão as tempestades de verão é dizer o óbvio. O problema é que parece que as coisas acontecerão com mais intensidade. O El Niño promete chacoalhar o planeta e o Brasil vai pagar o pato, com mais seca no nordeste e mais chuvas no sul.
Além dele, as mudanças climáticas trazem surpresas que nenhum de nós consegue antever. Daquelas que são inéditas na história do país.
Como se não bastasse, a atual Administração Municipal, que não poderia ser considerada pior do que as que vieram antes – e que eram péssimas, por incompetência, negligência, bandalheira e posição política -, é pior do que todas juntas porque, além de tudo, não gosta da cidade.
O retrato está estampado nos buracos e crateras, na sujeira, no abandono, nas placas reduzindo o trânsito para 50 quilômetros por hora, nas ciclofaixas instaladas em ruas que tem ciclovias, nas faixas de ônibus, na qualidade das obras para instalação de ciclovias e faixas para ônibus, na falta das placas contando das obras e nos bueiros sem manutenção.
Como vai chover muito e os bueiros estão entupidos, as árvores podres e as ruas mal conservadas, é certo que vai ser complicado.
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