Semelhança desastrada
Nos últimos anos, o Brasil está ficando mais parecido com os Estados Unidos. Pena que com o lado negativo dos Estados Unidos.
É verdade que os Estados Unidos também estão ficando mais parecidos com o Brasil. Com o lado negativo do Brasil.
Se eles conseguiram eleger Trump, um político com todas as qualidades e competências para concorrer cabeça a cabeça com o que temos de pior, nós fomos copiá-los em áreas que, até começarem a acontecer, eram tidas como impossíveis num país como o Brasil.
O início foi um tornado. O Brasil não tinha tornados. De repente arrumou um. Depois outro e outro, como se fosse uma filial dos Estados Unidos plantada na América do sul.
Depois dos tornados foi a vez de um furacão. Era cientificamente impossível o Atlântico Sul ter furacões, mas esqueceram de contar para quem fabrica furacões e de repente Santa Catarina se viu às voltas com um belo furacão.
O resto, no campo das mudanças climáticas é história. Ano após ano vamos sentindo na pele o peso absurdo dos grandes desastres naturais tão comuns no hemisfério norte e que não deveriam ocorrer aqui.
Mas estamos indo além. Resolvemos copiar o comportamento social de gente que enluta os Estados Unidos com incrível regularidade. Massacre depois de massacre, tiroteio depois de tiroteio, faz muito tempo que os norte-americanos vivem sob o signo do terror, esperando a próxima tragédia.
É exatamente neste campo que o Brasil decidiu que era hora de entrar de cabeça. Primeiro, um alucinado jogou álcool e colocou fogo nele mesmo e em dezenas de crianças numa creche no norte de Minas Gerais.
Depois, um menino de 14 anos pega a arma da mãe, vai para a escola e desanda a atirar nos colegas. As duas tragédias são muito tristes.
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