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Crônicas & Artigos

em 16/01/18

São Paulo no reveillon

Pode parecer mentira, mas os milagres existem. Não são comuns, mas, com jeito, quando menos se espera, eles chegam.

Não tem nada a ver com imagem chorar ou sair sangue das chagas do São Francisco do século 16. Deus não vai gastar uma joia tão preciosa como um milagre com uma bobagem dessas.

Milagre tem que ter sentido, finalidade, servir para alguma coisa útil, reparar uma injustiça séria, consertar a ordem do universo, salvar o pai da forca.

Estes são raros, não acontecem nos cultos espalhados pelo mundo. Nem custam dízimo ou qualquer outra forma de remuneração. Quem faz milagre é Deus e Deus não cobra, pelo menos em dinheiro.

O preço de Deus passa pela postura do cidadão diante da vida. Deus não gosta de quem faz o que Deus não gosta. É bom fazer o bem, mas fazer o bem não é mostrar que se faz o bem, bater no peito, se ajoelhar hipocritamente na frente das devotas, para depois armar o golpe e levar vantagem, enganar, passar a perna no próximo, falar mal, ter inveja.

Foi um milagre dos bons que encheu o paulistano de espanto e de alegria nos dias em volta do réveillon. Sem ninguém esperar, as ruas esvaziaram, o trânsito ficou ótimo, a velocidade fluiu no limite, sem engarrafamento, sem estresse, exceto pelos imbecis de sempre, que tentam permanentemente se matar, desembestados em carros que não têm culpa do motorista que o dirige.

Foram dias sem pressa, apesar de se poder andar depressa. As viagens demoravam poucos minutos, mostrando que é possível vida civilizada na cidade alucinada, que normalmente se arrasta na velocidade dos cágados.

Ah! A felicidade feita realidade no milagre do fim do ano! Agora, com sorte, só no ano que vem. Mas a certeza da paz faz valer a pena esperar.

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