Quem ganhou o 11 de setembro

Não há dúvida, Osama Bin Laden está morto e, ao que parece, seu corpo foi jogado no mar. Tudo bem, as tropas especiais americanas foram eficientes, mostraram que funcionam, que o país vai atrás de quem o ataca e que o resultado a favor dele não acontece só nos filmes, mas no mundo real também.

O problema é que Osama Bin Laden, que evidentemente não queria morrer, considerava a morte um preço barato se conseguisse desestabilizar o Ocidente, especialmente os Estados Unidos.

E a verdade é que, 14 anos depois do ataque de 11 de setembro, quem está ganhando a briga não é o Ocidente. Ao contrário. Da invasão do Iraque em diante, o Ocidente cometeu toda sorte de equívocos, inclusive a avaliação de que Iraque, Líbia, Egito e Síria poderiam se transformar em sólidas democracias, nos moldes ocidentais. Erraram.

Pior do que isso, em nome da luta contra o terrorismo, os Estados Unidos abandonaram os princípios morais que os fizeram uma democracia que funciona e a mais poderosa nação do planeta.

Em nome do combate ao terrorismo, os americanos torturaram, prenderam sem acusação, mataram, invadiram, destruíram países, famílias e pessoas com a falta de cerimônia de um F–18 atacando alvos no solo ou de seus drones atingindo as pessoas erradas.

Isso quebrou a confiança do mundo nos Estados Unidos e a bagunça rola do jeito que rola porque ninguém sabe se os americanos cumprirão o combinado.

O Estado Islâmico, o Boko Haram, os terroristas que massacram, estrupam, matam, escravizam e expulsam populações inteiras, são consequência da resposta ao que aconteceu em Nova Iorque em 11 de setembro de 2001. Quem está ganhando a parada é a Al Qaeda.