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Crônicas & Artigos

em 15/08/14

Quando o absurdo vira realidade

por Antonio Penteado Mendonça

Torcedor do outro time ser morto depois de jogo de futebol é moda faz tempo. Teve uma parada técnica por causa da imagem da Copa, mas tudo bem, voltamos à rotina. Faz anos que acontece, com a diferença que agora as brigas são combinadas pelas redes sociais, o que dá mais dinamismo e aumenta o número de idiotas nas pancadarias pós-jogos.

Até alguém ser morto atingido por um vaso sanitário atirado de mais de 20 metros de altura já aconteceu. Por que o espanto com a quebradeira no Itaquerão?

Se alguns torcedores arrancaram duas privadas de um banheiro feminino e andaram com elas mais de 100 metros para jogar do anel superior do estádio em cima de torcedores do outro time, por que quebrar algumas mil cadeiras seria mais sério? Ou deveria espantar?

Ninguém discute que a entidade máxima do futebol brasileiro é o fundo da lata de lixo, nem que a entidade máxima do esporte no mundo é quase tão ruim quanto a CBF. São verdades que a simples leitura dos jornais confirma sempre que tem notícia sobre elas.

Mas culpar a CBF pelo que aconteceu no Recife ou no Itaquerão é ir longe demais. Não se pode culpar nem a polícia. Nos dois casos a culpa maior é dos clubes que prestigiam as torcidas uniformizadas.

Nada que não tenha acontecido na civilizada Grã-Bretanha. É verdade, aconteceu e lá morreu mais gente. A diferença é que, quando o caldo engrossou, os times britânicos foram suspensos dos campeonatos europeus e os vândalos, além de serem proibidos de entrar nos estádios, foram parar na cadeia. Aqui atrás da violência estão os próprios clubes que incentivam as torcidas uniformizadas e protegem os vândalos.

É mais do que hora de acabar com isso. E o melhor jeito de fazer isso é doer no bolso dos clubes. É só fechar os portões que a coisa para.

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