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Crônicas & Artigos

em 28/11/17

Propaganda mentirosa

Cada vez que eu vejo a propaganda obrigatória dos partidos políticos confesso que sinto um profundo mal estar. Uma ânsia revira o estômago, tremores arrepiam a pele, o mau humor aparece e a vontade de xingar fica cada dia mais forte.

Não porque eu ache que não devemos ter propaganda política, não é isso. O nó é decorrente das mentiras ditas sem a menor vergonha por bandidos condenados pela Justiça, que continuam dispondo da televisão como se fosse coisa sua, paga com o dinheiro do povo.

É triste. O Brasil é o país que poderia ser, mas que corre o risco de ser destruído por uma corja que se apossou da coisa pública e faz e desfaz como se fossem os filhos de Luiz XIV.

Sabe Deus o que cada brasileiro perdeu para que a canalha estivesse lá e ainda por cima usasse a televisão e o rádio para mentir na cara dura, como se não fosse com eles e tudo o que acontece no país acontecesse por vontade das entidades superiores que dominam o planeta Mongo.

Curioso é que, se a propaganda enganosa é imediatamente retirada do ar pelo CONAR, com a propaganda política ninguém faz nada. Ou melhor, faz sim. Pagam fortunas para marqueteiros especializados criarem as mais deslavadas mentiras para enganar o povo.

E as mentiras são ditas como dogmas de fé, como se o Cristo voltasse ao mundo para garantir o paraíso terrestre para quem votar no candidato A ou no vice Z.

Porque o CONAR não interfere na propaganda política é um destes mistérios que deve ter uma explicação, mas eu ainda não descobri qual é.

Por que a enganação política pode e a propaganda normal não pode? Qual a regra que diz que político pode mentir para o eleitor? Em vez de ser crime, no Brasil, político mentir é bem visto.

E vale muita grana.

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