Política não tem vácuo
Tem gente que acha isso, outros acham aquilo. A única certeza tão certa quanto o vácuo no espaço é a falta de vácuo na política.
Política não tem vácuo e não tem tempo para preencher o vácuo. Ele surge e é imediatamente preenchido. Tanto faz quem se ferra, tanto faz quem rode, tanto faz quem marcou bobeira.
Política não é moral ou imoral, política é amoral. A frase não é minha, é de Winston Churchill, o líder britânico que dominou a cena política por décadas, ao longo do século 20, atuando nos mais variados postos da vida pública, às vezes com índices de popularidade mais baixos do que os do presidente Temer.
Diz o caipira que Deus não coloca duas vezes cavalo arreado na nossa frente. Então, é montar ou montar, tanto faz como, o importante é subir, se agarrar na sela e aguentar o tranco, porque o tranco vem.
É preciso segurar firme, entender de cavalgada, saber segurar o animal e só então assumir o comando, ser dono das rédeas, cavalgar solto e à vontade, dono do mundo, dono da história.
Em política é igual. Deus não coloca duas oportunidades na frente de nenhum político. É uma e olhe lá. Daí pra frente é tocar com competência, capacidade de manobra, de se compor, de negociar apoios e posições.
É por isso que político brasileiro não tem vergonha de falar que as diretorias da Caixa são deles, que a direção de órgãos e estatais são deles. É nessas e noutras negociatas que ele consegue o poder necessário para se manter, sem deixar surgir vácuo à sua volta.
É a mesma regra para as disputas eleitorais. Tanto faz se o cidadão está num cargo. Se aparecer outro mais alto e tiver vácuo ou fraqueza, o político precisa correr o risco, ocupar o espaço, preencher o vácuo, se compor e tocar em frente. Afinal, em política, feio é perder.
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