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Crônicas & Artigos

em 18/03/14

Paineiras e jabuticabeiras

por Antonio Penteado Mendonça

As goiabeiras são árvores puras, sem maldade. Por isso dão frutos na hora certa, sem alarde e sem estrupício, porque sua função é mesmo dar goiabas na época das goiabas, que, por acaso, está no fim.

Elas poderiam ser anarquistas, mas não são. Acreditam na ordem, são democráticas no sentido estrito da palavra, sem interpretações alienígenas, sem disfarces. Elas acreditam que todo o poder emana do povo e deve ser exercido em nome do povo para o povo.

Não há meio termo, ou é ou é. Nessa linha as goiabeiras dão frutos uma vez por ano, na época certa, uma semana antes, outra depois, mas sempre entre fevereiro e março, porque é assim que deve ser.

É verdade que não são as únicas. Poderia sacar o exemplo dos resedás que também seguem a ordem natural das floradas urbanas e ainda estão floridos porque sua florada é longa.

O problema é o que fazer com as paineiras. Sempre foram árvores de enorme bom senso, dentro de seu conjunto pesadão. Nunca estrilaram, mesmo carregando nas costas algumas responsabilidades capazes de fazer árvore menos sólida tremer sem vento.

As paineiras este ano deram as caras muito antes do tempo. Por quê? Ninguém sabe. Tem quem afirme que é por causa das mudanças climáticas, tem quem garanta que é porque assinaram um pacto com as jabuticabeiras e o sentido da florada mais cedo é respaldar a carga inextinguível das pequenas frutas negras que originalmente amadurecem entre setembro e outubro.

Agora, não. Estão aí o ano inteiro, numa sequência ininterrupta, meia bomba atrás de meia bomba, mas firmes, com sua dúzia de frutos sempre maduros. Pode mais quem chora menos. Como diria minha avó Sara: qual será o final disso tudo?

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