Os rios continuam sujos
Não me pergunte o porquê, mas, mais de 20 anos depois, os dois grandes rios que cortam São Paulo continuam sujos, poluídos, praticamente sem vida em suas águas e suas margens. A exceção são as capivaras, que se multiplicam sadias e felizes, e algumas aves, entre elas urubus, que descobrem no esgoto a céu aberto verdadeiros banquetes, que fazem a vida na cidade muito mais fácil do que na natureza.
Pelo tempo e pelo dinheiro investido, o quadro já deveria ter melhorado. Não melhorou. O Tietê continua um rio morto, com águas que parecem mais óleo grosso do que o líquido que deveria ser entregue pelas empresas de água e saneamento e que na escola aprendemos que é inodoro, incolor e insípido, mas que, no mundo real, não é nada disto.
Tem quem diga que a limpeza do grande rio paulista, pelo menos na região metropolitana, é a mesma coisa que secar gelo. Enquanto Guarulhos der o mau exemplo e jogar seu esgoto sem tratamento nas águas do rio, não tem o que fazer.
Ok, tudo bem, Guarulhos é a grande culpada. Mas, se sabem que é assim, por que não obrigam Guarulhos a se enquadrar e tomar as providências necessárias para começar a mudar o quadro?
Quem anda pelas margens do Tietê e do Pinheiros vê que o buraco é mais embaixo. A quantidade de córregos e canos que despejam líquidos fétidos nas águas podres dos rios é impressionante.
Como é impressionante o descaso histórico do poder público com as invasões das áreas de mananciais que, ainda por cima, poluem os reservatórios que abastecem a cidade.
Os rios da Europa, como o Tâmisa e o Sena, estão recuperados ou em vias de, mas isso levou muito tempo. Será que não podemos encurtar o caminho aprendendo com eles e, mais importante, fiscalizando nossos rios?
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