Os pássaros e a comida da Clotilde
No começo, eram os sabiás. Descendentes dos sabiás que, antes deles, há mais de 20 anos, atacavam as tigelas de comida do Milho Verde e depois do Pamonha. Sabiás que tinham que ser espertos porque o Milho e o Pamonha os pegavam em pleno voo, se marcassem bobeira e não saíssem rapidamente quando os cães chegavam.
A Clotilde herdou os sabiás e a capacidade de pegá-los em voo, numa clara vingança à tentativa das aves roubarem sua ração e tomarem banho na sua tigela de água.
Vingança mais do que justificada, com base na Lei de Talião, na medida em que beber água com gosto de banho de sabiá não deve ser muito bom, mesmo com a alternativa sendo a água das casas paulistanas.
A coisa ia muito bem, dentro da rotina e mantendo a tradição, até que alguns pombos decidiram entrar na brincadeira e roubar a ração e tomar banho na tigela de água, como se fossem sabiás ou tivessem autorização do São Pedro dos animais. Não tinham e a Clotilde não gostou da história. O resultado é que um domingo chegamos em casa e as penas e os restos da pomba estavam espalhados pelo jardim.
Daí para frente, o cenário se ampliou. Outros pombos tentam se manter como titulares do direito original dos sabiás e a Clotilde ataca sabiás e pombos, indistintamente, com mais ou menos sucesso.
Diz o ditado que onde come um, comem muitos. A história cresceu de novo, com a entrada em cena de um casal de bem-te-vis que decidiu se alimentar e tomar banho nas tigelas da Clotilde.
Está difícil imaginar o final da aventura. Pode ser que os saguis das árvores em frente de casa também decidam entrar na festa. Quem sabe? O mundo é cheio de surpresas.
O que não dá para negar é que os boxers são ótimos caçadores.
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