Os Ipês roxos não têm nada com isso
A coisa tá feia. Tanto faz para que lado se olhe, o tempo está fechado, o mar agitado, o vento é sul e as árvores se dobram diante da tempestade que cai sobre o Brasil.
Ninguém sabe qual será o final disto tudo, mas, na toada que vai, será doído. O duro é que não adianta boas intenções. O inferno está cheio delas e, vale lembrar, boa intenção não resolve nada.
Tem que pegar o touro pelo chifre. O nó é que o touro é grande, tem chifres largos e afiados e não temos vaqueiros com traquejo para ele.
No final dará tudo certo. Até aí, tudo bem, o Brasil até hoje tem sido maior do que os buracos. Mas e se Deus tirou a mão de baixo e vai nos deixar cair soltos, feito coco se soltando do coqueiro?
Quando tudo começava a girar para o mesmo lado, com a tempestade perfeita abrindo vez para um círculo virtuoso, alguém ligou o ventilador e a torcida em volta não resistiu – jogaram de tudo para ver o que o vento ia fazer, como se não fosse óbvio que ia voar para todos os lados.
Voou. E voou longe. O estrago está feito, agora é tentar minimizar os danos. Com um pouco de sorte, fazemos a transição, mas, para isso, todos têm que remar para o mesmo lado. Não é hora de querer ser vedete, nem mostrar as pernas e os peitos porque são mais bonitos do que os dos outros.
Se não tiver juízo, a vaca vai afundar mais. O povo não aguenta a toada que os nossos homens públicos decidiram dar pra marcha. Ou muda ou muda. Não tem plano C.
Também não adianta querer alterar a regra no meio do jogo. A Constituição é ruim, mas é clara e define cada passo. Mais do que nunca, é hora de respeitar a lei. O aviso vale para quem acha que está do lado do bem e por isso pode fazer o que quiser. Não pode. Democracia é assim.
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