Os dois lados do mesmo desastre
Em março, São Paulo assistiu impotente os semáforos mostrarem que são muito mais poderosos e inteligentes do que os técnicos da CET. Durante vários dias, partes importantes da cidade ficaram com os semáforos desligados, piscando ou completamente loucos.
A área do ataque foi ampla e pensada. Apesar de haver quem diga que foi aleatória, não é o que demonstram as evidências. O fato de ruas de Higienópolis e do Jardim Europa, do Pacaembu e da Vila Madalena e de outros bairros terem os semáforos em pane quase que ao mesmo tempo mostra o alto grau de coordenação dos semáforos da cidade.
Não foi um mero acidente em decorrência do sucateamento do sistema ao longo dos últimos 4 anos. Claro que o sucateamento tem um peso importante, assim como a incompetência e a má-fé da gestão passada.
Mas se a CET esperava se valer delas para faturar em cima, introduzindo mais caos ao caos nosso de cada dia, se deu mal. Os seus técnicos mais uma vez perderam para os semáforos inteligentes. Ainda que com boa parte deles desprogramada, os semáforos inteligentes viram mais longe do que os bravos guerreiros marrons e se adiantaram, tomando de assalto as ruas da cidade com uma ação completamente inesperada e que teve resultados interessantes.
A pane no sistema foi cientificamente programada e deu certo. Os semáforos pararam.
A CET, ninguém sabe se de propósito ou por incompetência, não conseguiu consertar o estrago, nem colocar marronzinhos nas ruas.
Assim, se, por um lado, o quadro mostra a fragilidade da cidade, por outro, tem um lado positivo. Ficou claro que São Paulo não precisa da CET. Com tudo de ruim que poderia ter acontecido, o trânsito andou muito melhor sem os marronzinhos para atrapalhar.
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