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Crônicas & Artigos

em 26/11/15

Os buracos teimosos

Alguns buracos são mais teimosos. Tanto faz se a Prefeitura os tapa, em pouco tempo eles estão de volta. Engolem o remendo como se não fosse com eles e se postam de novo no chão das ruas, para quebrar suspensões ou furar pneus.

Há quem diga que não são só os buracos os responsáveis pelo quase que eterno revival. Que há uma ação deliberada das autoridades do setor visando dar apoio ao retorno constante deles.

Pode ser que sim, pode ser que não. Não sei, nem tenho como saber. A única certeza é que alguns buracos voltam. Uns demoram mais, outros menos, mas eles voltam. Voltam na cara dura, sem pedir licença, dispostos a não abandonar o espaço que lhes coube na divisão desta vida.

Um dos mais teimosos é um buraco na rua Cardoso de Almeida, esquina com a Rua Monsenhor Pequeno.

Não adianta, entra semana, sai semana, ele volta. A Prefeitura tapa, ele volta; tapa, ele volta; tapa, ele volta. A verdade é que ele é muito mais teimoso e, por enquanto, vai ganhando a parada.

Em função disso, há quem diga que a Prefeitura é parceira do buraco. Que ela tem interesse em que ele volte, apesar de ninguém entender o porquê.

Seja como for, o fato é que o buraco está lá e volta porque o remendo é da pior qualidade. É mal feito e feito com o pior material que a Prefeitura consegue arrumar. Coisa de deixar o urucum boliviano das ciclovias com ar de material de primeira.

Não tenho os detalhes da operação que acontece na madrugada. Mas no dia seguinte o buraco está tapado. Mal tapado, repita-se. E aí recomeça seu esforço para abrir de novo. Em poucos dias ele consegue. E a ciranda começa outra vez.

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