O último estalinista
De acordo com a revista “The Economist”, em janeiro de 2015 deve começar a ser publicado nos Estados Unidos o livro “O último estalinista – a vida de Santiago Carrillo”.
Não cabe aqui analisar quem foi ou deixou de ser, ou o que fez ou deixou de fazer, o velho líder comunista espanhol, que morreu com 97 anos de idade, depois de uma longa vida de atrocidades inomináveis, assassinatos, execuções e quase que absoluta fidelidade ao estalinismo.
Vida que, sob os olhos dos estalinistas brasileiros, sofreu uma mancha indelével quando Carrillo, na transição da ditadura de Franco para a atual democracia espanhola, deixou os antigos dogmas soviéticos pelo mais pragmático eurocomunismo.
É aqui que mora o drama. Um drama brasileiro, perdido na imensidão de nosso país, onde doutrinas exóticas e velhas de mais de 70 anos ainda fazem parte da vida nacional, como uma praga, ou um carma, tentando impedir o Brasil de entrar no século 21.
O duro é que elas quase conseguem. Que o diga o buraco que se abre na nossa frente e no qual estamos ameaçados de cair.
Que o diga a atual imagem do país no campo das relações internacionais, diminuída em nome de apoios sem pé nem cabeça ao que há de mais brutal, velho e ultrapassado no mundo.
O duro para eles é que nem assim os estalinistas brasileiros são reconhecidos. Eles estão aí, firmes, gritando os slogans da Segunda Internacional e da Revolução Cubana, e ninguém presta atenção. Para sua tristeza, ninguém percebe que eles existem. Tanto faz.
Para efeitos históricos o último estalinista foi Santiago Carrillo, o líder do partido comunista espanhol que trocou sem cerimônia o estalinismo pelo eurocomunismo e continuou se dando bem.
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