O que foi 1924?
Na longa lista de golpes, revoluções, quarteladas e boçalidades que mataram milhares de brasileiros depois da Proclamação da República, poucos são comparáveis à Revolução de 1924, no Estado de São Paulo.
Movimento que pretendia derrubar o Presidente da República, mas que só teria sentido se outras capitais aderissem, os revoltosos tomaram a cidade de São Paulo, bombardeando a população com tiros de canhões, cujas granadas explodiam pela cidade, matando gente, indistintamente, e colocando o governo do estado para correr, com o presidente e seu secretariado fugindo da Capital, logo depois da primeira investida.
São Paulo ficou sem governo até que José Carlos Macedo Soares, Júlio Mesquita e mais meia dúzia de pessoas, entendendo a ameaça que pesava sobre o povo, decidiram assumir o comando e viabilizar hospitais, bombeiros, policiamento, transporte público e distribuição de alimentos.
Isso foi feito através de negociações com o General Isidoro Dias Lopes, comandante do movimento e, naquela hora, senhor da Capital.
Já o governo do estado, instalado num trem que zanzava de um lado para o outro, pronto para fugir de novo se novamente se sentisse ameaçado, decidiu ordenar que a população abandonasse São Paulo, como se isso fosse possível.
Como evidentemente suas ordens não foram seguidas, o exército nacional, sob o comando do Presidente da República, Artur Bernardes, do Presidente do Estado, Carlos de Campos, e do Ministro da Guerra, passou a bombardear a Capital, matando milhares de civis.
A coisa foi tão sem pé nem cabeça que, depois que os revolucionários deixaram a cidade, dando início à Coluna Prestes, o governo decidiu apagar a Revolução de 1924, e seus quase 5 mil mortos, da história nacional.
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