O museu do Quais Branly
O fascinante em Paris é que, quando menos se espera, surge algo novo, que não foi visto antes ou do qual nunca ouvimos falar.
Na minha última viagem descobri o museu do Quais Branly. Para os padrões franceses, um museu novo, aberto ao público em 2006, do qual eu não tinha a menor ideia.
Cheguei nele meio que caçando de esbarro. A ideia era ir ao Orsay, mas o tempo estava feio e, ao atravessarmos a ponte D’Alma para pegar o trem, demos de cara com a placa “Musée du Quais Branly”. Decidimos visitá-lo, deixando o Orsay para depois do almoço ou quando o tempo melhorasse.
Foi uma surpresa maravilhosa. O museu é dedicado aos povos não ocidentais, ou não europeus. Instalado num prédio deslumbrante, supermoderno, a visita começa a valer aí. Dentro, o percurso segue por um rio, cujas águas projetadas nos corredores são formadas por uma infinidade de nomes. Através dele, depois de subir uma rampa relativamente longa, chega-se às coleções.
O impacto é imediato. As civilizações do Pacífico, do sul da Ásia, da China, Japão, Índia, Oriente Médio, África e Américas surgem maravilhosas, imponentes, ricas, com uma arte altamente sofisticada, que desmente a ideia de que apenas os europeus eram capazes de produzir obras dessa natureza.
De objetos rituais a enfeites e armas, a coleção do Museu do Quais Branly impressiona e vai te conquistando, te fazendo navegar pelo rio, nos corredores que te jogam nas amplas salas onde estão as coleções. E o mundo surge na sua frente como uma enorme poesia ou uma sinfonia formada pelas peças, uma ao lado da outra, criando um maravilhoso mosaico que conta a história da humanidade.
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