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Crônicas & Artigos

em 17/02/17

O muro do Cemitério

O Cemitério São Paulo tem, entre suas características, oferecer aos seus mortos a festa da florada dos ipês. O espaço do Cemitério fica deslumbrante, colorido, alegre, homenageando os que dormem o sono eterno em seu solo.

Todos os anos, quem passa pela região se encanta com a festa das flores, que contrasta com o estado lamentável de seus muros. É triste, mas os muros do Cemitério São Paulo estão entre os mais pichados, mais malcuidados, mais feios e mais sujos da cidade.

Não precisava ser assim, mas, na administração passada, tudo que não precisava ser assim era assim, como se os responsáveis pela cidade tivessem raiva dos paulistanos.

E o mal feito, a falta de comprometimento, de competência e vergonha na cara ia da Cracolândia ao cheiro infecto das ruas do centro. Da CET aos pernilongos. Dos bueiros entupidos ao roubo de túmulos. Etc.

Onde se olhava, lá estava o errado, a incompetência, a bandalheira e o mais que fazem a triste história de uma administração mais triste ainda… e patética.

A nova administração comprou, com toda a razão, a briga contra os pichadores. Pichação não é arte, é barbárie. É o contrário da arte, para não falar que é contra a lei, que destrói patrimônio e emporcalha a cidade.

É por isso que dar um jeito nos muros do Cemitério São Paulo seria uma bofetada na cara dos vândalos, um marco na mudança de postura da Prefeitura e um favor para a cidade. Para não falar no respeito aos mortos, base da evolução das sociedades humanas e que diferencia os povos.

Limpar e pintar os muros do Cemitério é ato de administração comprometida com São Paulo. É respeito com a cidade e seus moradores. É ação que resgata a cidadania.

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