O mini parque
Fazia tempo que eu não a visitava. Outro dia fui almoçar num restaurante do outro lado da rua e, como cheguei cedo, decidi visitar a antiga Praça Buenos Aires. Não que ela tenha deixado de estar onde sempre esteve, ou tenha crescido. Nada disso, continua a mesma. Só que, faz já alguns anos, mudou de nome, foi promovida a Parque Buenos Aires.
Parque para mim exige uma área mínima, sob o risco de virar piada. Imagine o Parque Buenos Aires ao lado do nosso Parque do Ibirapuera. Ou do Central Park, ou do Hyde Park, ou dos parques alemães, por exemplo, Nynphenburg, em Munique.
Não tem escala. A Praça Buenos Aires é uma antiga praça de Higienópolis, do tamanho exato de um quarteirão do bairro. Ou seja, para praça está muito bem, mas para parque falta muito chão.
As razões que a levaram ao up grade são misteriosas, mas com certeza não levaram em conta o que é um parque e o que é uma praça. Se ela é parque, a seleção brasileira de 2014 é a melhor da história.
Cada um sabe de si. O que não falta é gente com mania de grandeza. Promover um quarteirão a parque é diminuir o Ibirapuera; faltar com o respeito com a Cantareira; querer ser o que não é; e olhar de igual para igual para o Trianon.
Porque a praça virou parque é um mistério, mas ela está bonita, seja parque, seja praça. Bem cuidada, limpa, com espaços que eu não conhecia para crianças e animais. Suas alamedas sobem a pequena colina mostrando um carinho desconhecido com boa parte das praças e parques da cidade.
Ver a Praça Buenos Aires bem cuidada dá quase que um ânimo novo para olhar a cidade e sua administração. Afinal, em terra com prefeitura manca, quem não manca é rei.
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