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Crônicas & Artigos

em 11/08/16

O Minhocão

O Minhocão mudou de nome. Não é mais Elevado Costa e Silva, é elevado Jango Goulart. O absurdo pode ser lido de várias formas, começando pela tolice, passando pela falta de conhecimento do que são os marcos urbanos, se estendendo em todas as direções, nenhuma mais sem sentido e patética do que a ideologia tacanha de gente que pensa pequeno e não tem noção de história.

Segundo o projeto, a mudança se faz necessária porque o homenageado original era um ditador golpista. Sob esta ótica, é necessário mudar todas as homenagens ao Marechal Deodoro da Fonseca. De cidades a ruas e avenidas, todas precisam mudar de nome. Afinal, o Marechal deu um golpe e governou ditatorialmente, travestido de primeiro Presidente da República. Assim como seu sucessor, Marechal Floriano Peixoto.

Também é fundamental promoverem concursos para escolher os novos nomes para substituir todas as avenidas Getúlio Vargas. E rebatizar a Fundação Getúlio Vargas, quem sabe como Cacique Juruna.

Afinal, Getúlio tomou o poder num golpe em 1930 e depois se tornou ditador, permanecendo no cargo até 1945, quando, depois de matar e torturar milhares de pessoas que não o apoiavam, foi deposto por um golpe militar, que reimplantou a democracia no país.

Comparando o tamanho da tolice cometida contra o Minhocão, a França é uma república, mas ninguém pretendeu mudar o nome da Rue Royale para Rue de La Republique, ou do conhaque Napoleon para conhaque Sarkosy. Se fosse para mudar, que fosse apenas Minhocão.

Para manter a coerência com o que fizeram com o Minhocão, seria o caso do Solar da Marquesa de Santos se chamar Casa da Mãe Joana. E com tantos presidentes, será que não poderia ser Juscelino em vez de Jango? Ele era fraco e não foi deposto pelos militares, foi tirado pelo povo.

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