O futebol dá vergonha
Não que no resto do mundo as coisas estejam melhores, mas a verdade é que o futebol brasileiro dá vergonha. Dentro e fora do campo.
Se na Suíça as coisas estão quadradas para os dirigentes da FIFA, no Brasil as coisas estão tristes para todos que gostam do esporte e viram alguns dos maiores times do mundo e seus jogadores extraordinários transformarem o jogo num balé e a bola num acessório mágico, com o qual hipnotizavam o povo e faziam chover no nordeste.
Ganhar de 3 a 1 da Venezuela não engrandece currículo, o time reserva da Portuguesa Santista também faria isso. Mas o problema não é só a Seleção Brasileira. Ela é a parte mais triste apenas porque é visível. A Seleção não é causa, é efeito. Ela é consequência dos desmandos e da bandalheira que tomaram de assalto os clubes e as federações.
Praticados por gente que transigiu e negociou com o diabo e com quem mais podia para ganhar quaisquer 20 centavos.
É olhar em volta e sentir vergonha. Vergonha de ser são-paulino, palmeirense, santista. Pra não falar na Portuguesa…
Mas pra quem acha que é só o São Paulo que está podre, veja a situação dos times do Rio ou dos estádios construídos para a Copa do Mundo. Quantos ainda funcionam? Quantos são viáveis?
Estamos desmoralizados perante o mundo. Depois do 7 a 1 para a Alemanha, perdemos de qualquer um – até de times que o Bandeirantes de Louveira ganharia de goleada. E viramos piada.
A coisa está tão feia que um jogo medíocre como Brasil e Venezuela se transforma em espetáculo de gala, mal e mal comparado com as partidas sem graça que são a média dos campeonatos. Uma jogada bonita em 90 minutos de jogo não deveria, mas justifica salários absurdos e transforma em deuses quem sequer sua a camisa. Assim não dá.
Voltar à listagem