O espaço aéreo é dela

Posso estar cometendo uma injustiça. Acontece, mas me parece que não. Enfim, se for visto como uma antecipação das comemorações do dia da mulher, sem dúvida estou errado, ainda que tendo certeza de que a maioria das mulheres concordaria comigo, que há um certo abuso por parte da presidenta que foi estudanta, mas não aprendeu economia.

Está certo que ela estava levando seu precioso apoio ao grande eleitor de postes, seu inventor e provável descobridor da única mulher sapiens do mundo. Também está certo ela imaginar que pode tudo, inclusive voar num avião francês, comprado pelo seu descobridor quando era presidente, pagos – a compra e os voos – com nosso dinheiro.

O que causa espanto é fecharem o espaço aéreo em cima de São Paulo para a Presidente pousar e decolar quando tem vontade.

Enquanto ela faz o que quer e presta solidariedade ao grande protetor, o resto do Brasil que se dane, principalmente as companhias aéreas – que amargam prejuízos capazes de comprometer os resultados da aviação mundial -, que são obrigadas a pagar o custo extra de 40 minutos de combustível na chegada e outro tanto na partida de S. Excelência porque seus aviões têm que ficar sobrevoando a cidade enquanto o espaço aéreo está fechado para a viagem da Presidente.

40 minutos é o tempo de voo de São Paulo para o Rio de Janeiro. Pelo preço das passagens, deve consumir um bom tanto de combustível.

Mas o que causa mágoa é o absoluto desprezo com as centenas de passageiros condenados a ficarem voando em círculos quando tudo o que queriam era chegar e tocar a vida, com um mínimo de respeito pelo horário do próximo.

Tanto faz, presidenta que acredita na mulher sapiens, adora mandioca e prende vento, faz o que quer. Isso é democracia.