O desastre dos balões
Daria programa de seguro, mas o assunto é tão sério e tão triste que decidi escrever uma crônica.
Soltar balão é crime. Crime que causa danos destrói patrimônios, vidas e os sonhos de um futuro melhor.
A história chegou muito perto da rádio. Uma família, amiga de uma jornalista minha amiga e colega, vinha que vinha, tomando pancadas da crise, mas, de um jeito ou de outro, se aguentando.
Remava contra a maré, engolia sapos, mas a fábrica de extratos para bebidas, mesmo com os dias correndo apertados, seguia em frente, dando conta de suas obrigações, cada vez sobrando menos, cada vez ameaçando mais, mas se aguentando.
Fazer o quê? Fazia tempo que o Brasil não enfrentava uma maré tão ruim. Tanto tempo que várias pessoas simplesmente se esqueceram de como é que era. Mas era. E agora está sendo de novo.
A família descobriu da forma mais dura possível, mas não se entregou. Com a ajuda dos santos milagreiros das épocas de crise, superaria mais essa.
O que ninguém esperava veio do céu. Sem aviso, grande, imponente e com 2 aparelhos GPS, como a polícia descobriu depois.
Silencioso, empurrado pelo vento, iluminado, fantasiado, colorido, o balão sobrevoou a região e escolheu a dedo onde cair, com a mecha acesa. A escolhida foi a fábrica da família que já brigava com as dificuldades da crise. Caiu e a mecha acesa ateou fogo no prédio e depois no conteúdo.
Incêndio é bonito em filme ou lá longe. Quando é na nossa casa é feio e triste. Como o futuro da família, que não tem mais fábrica e que não tinha seguro para repor o que o fogo queimou.
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