O cano e a companhia de água

A Rua Almirante Pereira Guimarães é palco de uma interessante disputa entre um cano e a companhia de água. Um belo dia, o cano arrebentou e começou a jorrar água de uma fenda no asfalto.

A companhia veio e asfaltou a fenda, mas sem tomar qualquer providência em relação ao cano, que continuou vazando. No dia seguinte, a água saÍa de novo, com mais força, pelo buraco do asfalto recém asfaltado.

O caminhão veio, viu e tapou o buraco, sem prestar a menor atenção ao que lhe disseram, ou seja, que tinha um cano furado e que, enquanto não arrumassem o cano, continuaria a sair água, independentemente deles asfaltarem ou não o buraco por onde a água saía.

O motorista fez cara de interessado, mas disse que sua equipe estava lá para asfaltar o buraco e era isso que eles iram fazer. Como insisti que não resolveria, ele assumiu o compromisso de informar o que estava acontecendo a quem de direito, quando voltasse para a base.

Como ninguém fez nada mais consistente, continuou saindo água. Aí a companhia entrou de sola, mostrou que quem manda é ela, asfaltou um pedação da rua, mas não mexeu no cano.

O resultado pode ser visto na poça que se formou entre o asfalto e a sarjeta e que está lá com cara de quem não vai embora tão cedo, até porque, como o cano continua furado, continua saindo água, que alimenta a poça, que, com cara de boazinha, sinaliza que o problema não foi resolvido, o que a companhia insiste em não ver.

Se fosse apenas uma briga entre a companhia e o cano, tudo bem, ninguém tem nada com a teimosia alheia. Mas o problema é mais complicado. Os reservatórios que abastecem São Paulo estão baixos e a companhia está perdendo mais água do que o normal por causa de um cano que ela não troca. O duro é que, no fim, a conta, como sempre, será nossa.