O caminhão desgovernado
Domingo de carnaval, quatro e meia da tarde. O trânsito da Avenida Eusébio Mattoso para e você para também. Em frente a um posto da Petrobrás, 200 metros depois do cruzamento com a Avenida Faria Lima.
São Paulo não tem mais jeito, nem no carnaval. É que, além das maldades cientificamente pensadas pela CET para complicar sua vida, o paulistano não viajou. A crise mostrou a cara e as estatísticas mostraram o resto. O resultado foi a cidade ficar cheia durante o carnaval.
Somando o número de carros com as maldades da CET, o resultado só poderia ser este: o trânsito na Eusébio Mattoso parar, num domingo, às quatro e meia da tarde. Não havia o que fazer, exceto entregar a alma a Deus porque o corpo o trânsito estava triturando com rara competência.
Mas, quando parados, imaginamos porque entramos nessa rua e não na outra. De repente, descobrimos que as coisas podem ficar pior, na imagem de um caminhãozinho velho, daqueles de mudanças, que sai do posto e entra na avenida, vindo de macha ré pra cima de você.
Susto, mão na buzina, sem ter para onde fugir. As portas são abertas e… passageiro e motorista saltam, cada um pro seu lado.
É o tempo de fazer isso e ver o caminhãozinho bater na frente do carro. E, na sequência, descobrir que desceu sozinho, sem motorista ao volante. E só não veio mais rápido porque, apesar de estar engatado, estava também brecado, o que reduziu a velocidade.
No posto, o motorista e os ajudantes, entre eles um rapazinho que, enquanto o motorista ligava a bateria, apertou o botão da partida, olhavam em pânico. Claro que não tinham seguro. Mas você tinha. Acionou seu guincho, que veio rapidamente, e bola pra frente, porque, na loucura da cidade, quando não há mortos ou feridos, o preço está barato.
Esta história é verdadeira. Aconteceu com gente muito querida.
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