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Crônicas & Artigos

em 04/08/14

O Barão com vergonha

por Antonio Penteado Mendonça

O Barão do Rio Branco deve estar se remoendo de vergonha. Seu túmulo é pequeno para conter as lágrimas que caem de seus olhos e molham seus enormes bigodes.

Fazendo coro, Rui Barbosa chora no seu túmulo, embaçando os óculos redondos.

Para completar, Joaquim Nabuco se revira no caixão, indignado com os desmandos que vê marcar com pecha negativa a casa que todos eles sempre honraram.

E Osvaldo Aranha, o homem que viabilizou o nascimento de Israel, consternado, demonstra nas feições devastadas a dor de todos os homens que engrandeceram o Itamaraty, fazendo da diplomacia brasileira um exemplo de padrão ético a ser seguido e comentado, até por nações muito mais poderosas.

Durante mais de 100 anos a diplomacia brasileira foi respeitada, admirada, louvada e invocada para servir de exemplo.

Chegou-se mesmo a imaginar a criação de mais assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU, um deles destinado ao Brasil, por tudo o que o país havia feito em nome das boas relações entre as nações.

Mas, como o sonho da herança do Lula, que nos deixou apenas a falta de noção mínima para o que quer que seja no campo moral, o que sobrou da longa tradição diplomática brasileira foi a diminuição, a falta de compostura, a piada internacional e a vergonha nacional.

Entre todas as posições possíveis, em quase todas as situações exigindo o comprometimento nacional, estivemos do lado errado. Além disso, fomos e somos patéticos. Enquanto o mundo avança pelo século 21, nós voltamos aos anos 1950. É pena, o país merecia mais.

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